Enquanto alguns deram 2020 como “perdido” e, simplesmente, estão replanejando datas e objetivos deste ciclo para o próximo ano, outros entenderam o papel da estratégia na adaptação às incertezas. Com qual desses 2 perfis sua empresa se identifica? Espero que com o segundo!

Temos vários conteúdos genéricos aqui em nosso blog sobre planejamento, mas, pessoalmente, neste quero direcionar a atenção a 2021. Se você, como consultor ou como participante do PE na empresa em que trabalha tem certos receios, fiz este artigo para você.

Não tenho a intenção de gerar aqui um “manual de conduta”. Prefiro que encare este texto como uma troca de experiências. Por quê? Bom, evoluímos como produto, crescemos em equipe e nosso primeiro ano como empresa GEPLANES foi, justamente, o fatídico 2020! Sendo assim, creio que, por todos os desafios que superamos, trago contribuições válidas.

Equipe, poder, propósitos, Estratégia 5.0, incertezas, tudo sob um novo olhar para 2021.

SUMÁRIO DESTA CARTA ABERTA:

  1. 1.Já somos 5.0 – Só não percebe quem não quer!
  2. 2.Aceleração exige reposicionamento
  3. 3.Pés no chão e crença – Engajamento é isso
  4. 4.Perfil analítico e colaborativo está em alta
  5. 5.Execução, se não for multidisciplinar não é execução
  6. 6.“Nada é permanente, exceto a mudança!”
  7. 7.Dê tempo ao aprendizado - Uma visão recente!
  8. 8.Já somos 5.0 – Só não percebe quem não quer!

 

1. Já somos 5.0 – Só não percebe quem não quer!

Ainda em Jan/20, antes da pandemia, eu já me deparava como certas inquietações sobre em que ponto estávamos como sociedade. Assim, “esbarrei” no conceito de Sociedade 5.0 que, em resumo, é definida pela utilização das inovações da revolução 4.0 a favor da qualidade de vida em sociedade.

"Pessoas, objetos e sistemas conectados para otimizar os resultados e produzir valores que, antes, não eram possíveis de se obter (...) A partir da evolução da 4.0, com seus computadores e hiperconexão, a ideia de uma Sociedade 5.0, mantém em foco um modo de vida social mais inteligente e eficiente!" - em FIA 26/jul/19

Os benefícios da indústria 4.0 nunca estiveram tão evidentes e acessíveis aos humanos. Internet das coisas, aplicativos colaborativos, pedidos e entregas ao toque do celular e diversos exemplos de big data, que nos bombardeiam de informações, conforme nosso perfil de uso em redes sociais. Em suma, posso te dizer, com convicção, que se você não incorporar a tecnologia de alguma forma em seus negócios, você já está obsoleto.

Falando agora de nossa essência, a Estratégia ser 5.0 exige usar a tecnologia em prol de um planejamento estratégico atípico, especialmente. Reitero, então, a importância que vivenciamos nos 3 pilares da Estratégia 5.0: adaptabilidade, objetividade e alcance. Como?

  • Adaptabilidade por premissas clássicas, que não saem de moda. Aqui falamos sobre metodologias e conceitos adaptáveis à realidade atual;
  • Objetividade, pois foco, em tempo real, faz toda a diferença. Ninguém cresce tentando abraçar o mundo e todas as ferramentas de gestão de uma só vez. Faça escolhas de controle;
  • Alcance, por softwares, redes sociais, ambientes colaborativos, Nunca foi tão fácil alcançar e engajar pessoas pela comunicação. Use isso a seu favor, mantenha sites, redes e softwares atualizados.

“Entendendo a Gestão Estratégica como o "cérebro" organizacional, cabe a ela o papel de promover ciclos de aprendizado e melhoramento contínuo. Então, eu tinha a missão de descrever, de forma simples, pilares que orientassem a “construção de ações e métricas no presente, que permitissem alcançar um futuro organizacional desejado”. (E assim, sem perceber, já estabeleci o conceito que eu mesma procurava!).”  Em: Portal da Estratégia 5.0 – Uma iniciativa GEPLANES


Estratégia é o exercício contínuo e é a ferramenta de seleção natural no mercado. Se você continuamente exercita sua capacidade de pensar e atuar estrategicamente, adaptar-se com mais agilidade é consequência.

 

2. Aceleração exige reposicionamento

Qualquer crise é uma oportunidade de reavaliar sua identidade e reposicionar-se estrategicamente. Claro, que aqui não falo de perder a essência do seu negócio. Se você é bom no que faz, otimizar é a orientação no momento de mudanças aceleradas. Isso não significa mudar de ramo.

Tomando nossa experiência como exemplo, calibrar o que aprendemos com o mercado no segundo semestre de 2020 é premissa para o próximo ano. Em 2021 o foco estará na perspectiva mercado. Pense nisso! Uma vez que já otimizamos aprendizados e processos recentemente, aumentamos ligeiramente o foco em conversar corretamente com as personas certas. Sendo assim, mais do que nunca, até para encontrar novas oportunidade, entenda que agora é necessário uma reavaliação de stakeholders.

Com o mundo mudando tão rápido, sobreviver e construir um planejamento estratégico atípico para 2021, deve levar em consideração, promover mudanças relevantes e até disruptivas, aos olhos de quem te contrata. Mais do mesmo não é uma opção, o mundo não é o mesmo e seu consumidor também não.

Por isso proponho um exercício mínimo (pode começar num papel, mas evolua para um controle on-line depois, ok?) para inquietar-se:

  • O que eu entrego de valor?
  • O que o mercado que eu atendo espera?
  • Quais são as novas necessidades e expectativas desse mercado agora?
  • Que riscos (incertezas positivas e negativas) um novo posicionamento oferece?
  • Onde me encaixo indo de encontro às expectativas e necessidades desse mercado?
  • Depois de tudo isso, como faço isso de uma forma única e diferente de meus concorrentes?

Importante: Projetos nunca podem ser pensados em total alinhamento com o core business. Antes de mais nada, valide seu posicionamento no mercado e só depois, avance em algumas decisões.

Dessa forma, você tem mais respostas para reavaliar sua identidade, ponto chave de seu planejamento. Pode ser irônico, mas ter um planejamento estratégico é, também, sinônimo de fazer as coisas. (parafraseando Herb Kelleher).

 

3. Pés no chão e crença – Engajamento é isso!

Planejar-se tem muito mais a ver com criatividade, do que com sonhos utópicos.

Apresente-se como um guia criativo, utilize ferramentas criativas de apoio (como canvas específicos, matrizes de brainstorming, etc) e envolva equipes chave, permitindo que elas sejam criativas ao pensar em desdobramentos de diretrizes. Criatividade te permite manter os pés no chão enquanto esgota, com leveza, opções de “como fazer para chegar lá”.

Todo esse trabalho, ainda mais se houver a possibilidade de ser feito em equipe, cria um futuro palpável. Assim, é mais fácil acreditar num futuro que se enxerga, ainda que pareça um planejamento estratégico atípico.

Como fica este trabalho em conjunto à distância?

Tudo bem que sem reuniões presenciais na pandemia, não é a mesma coisa. (Obs: Eu particularmente sou bem fã do trabalho híbrido: rotina à distância, criações e decisões pessoalmente).  Posteriormente, já falamos tanto da estratégia 5.0, com a tecnologia facilitando tanto nossa vida, que não dá para dizer “não tem jeito”. Até a busca por opções e ferramentas on-line, pode gerar engajamento da equipe. Aqui destaco um post sobre as equipes em redes sociais e uso softwares focados em interação (pilar do alcance!).

Você ou quem “puxa” o pensamento estratégico precisam de consciência de mercado e ferramentas. Tendo essa pessoa como um exemplo vivo da gestão que quer implantar, outros irão pelo mesmo caminho, ensinados pelo exemplo. Você acredita em seus objetivos? Então seja e “pareça” ser o que acredita – (Lembre-se: “À mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta” – sobre Pompeia, esposa do ditador romano Julio César).

                        Seja exemplo do Administrador 5.0 – Confira o bate papo!

 

4. Perfil analítico e colaborativo está em alta

A melhor máquina de análise ainda é o homem. Para criatividade e engajamento, busque pontos focais de apoio com perfil analítico e questionador e não sistemas.  Não tem equipe? Desenvolva um pouco deste mesmo perfil como “eu-quipe”.

Se um perfil analítico vai te ajudar a avaliar opções, um perfil colaborativo vai te ajudar a colocar um plano em prática. E este perfil é mais fácil de ser desenvolvido. Como?  

  • Todos têm (hoje em dia querem dar) opiniões. Incentive a participação, direcione discussões e escute. Juntos, vocês vão gerar diretrizes;
  • Colaboração geralmente vem acompanhada de ideias  sobre como fazer. Utilize essas ideias como base para planos de ação concretos;
  • Um perfil colaborativo se engaja com participação, especialmente, na execução. Dê protagonismo aos que ajudam a colocar o “como fazer?” em prática. Explore aqui, conceitos de intraempreendedorismo dentro dos processos chave da empresa.

 

5. Execução, se não for multidisciplinar, não é execução!

Essa é uma frase clássica minha, mas quase sempre que participo de discussões consultivas, percebo certo desequilíbrio entre processos.

Processos que têm indicadores e planos diretamente ligados à perspectiva financeira, tendem a ser mais participativos, questionadores e até mais resistentes a diretrizes, que não sejam claramente explicadas. Alguns gestores de processos têm certeza de que carregam, sozinhos, a empresa nas costas. Isso não é verdade!

Prova cabal disso está na investigação de causas raízes de ocorrências. Você já reparou que os maiores desvios estratégicos geralmente estão enraizados em processos de base? O problema começa muito antes do faturamento.

Portanto, neste tópico, enfatizo a importância de se discutir diretrizes ou iniciativas a  partir de discussões de causa e efeito. Como a Estratégia (cérebro organizacional) se comunica com toda e medula espinhal (processos)? Não existe processo mais ou menos importante. Afinal, ou todos estão no mesmo barco ou não estão.

Algumas dicas de como trabalhar este tópico:

  • Beneficie-se da automação: hora de colocar foco na visão estratégica dos processos, para gerar crescimento e transformação. A tecnologia pode realizar tarefas e acompanhamentos, que liberem sua equipe para pensar e agir com mais propriedade. Além de softwares, o conceito de Automação Robótica de Processos (RPA) é capaz de aumentar a produtividade do seu time remoto;
  • Tenha uma gestão de dados eficiente e confiável para todos: você precisa de um “cockpit” em tempo real, de preferência SaaS, acessível on-line de onde estiver. Se você não tem controle dos dados e resultados gerados, não terá controle sobre o futuro atípico de 2021;
  • Metodologias multidisciplinares: não há construção sem métodos construtivo, então deixo aqui algumas sugestões multidisciplinares, do início ao fim. Guie-se por uma delas no momento de um planejamento estratégico atípico:
    • Sou fã do BSC por avaliar a organização sobre as perspectivas chave, sem esquecer o peso de nenhuma delas em resultados. É também um método que mantêm o foco no equilíbrio e na readaptação;
    • Mas nada impede o uso de metodologias ágeis como OKRs (entenda essas e outras siglas aqui). Particularmente, acho metodologias ágeis, excelentes para quem testa uma nova ideia (start-ups), para projetos de tecnologia e claro, para modelos “Google de ser”. Nesses modelos são necessárias mudanças rápidas de diretrizes. Equipes pequenas, com hierarquias mais simples também podem se beneficiar dos OKRs. O único ponto negativo que enxergo neste método é que, com mudanças rápidas, o aprendizado pode ser prejudicado;
    • Fundamentos do Modelo de Excelência da Gestão – MEG 21 -  da FNQ é um excelente método para projetos em empresas com o drive da qualidade. Entendo este método mais como de gestão da rotina e para auditorias, do que somente estratégico. Ainda assim, seu diagnóstico auxilia em planos mais robustos. Seus fundamentos podem ser o esqueleto da estratégia substituindo perspectivas de objetivos de forma mais detalhada. Para empresas grandes com equipe sólidas que trabalhem o detalhamento necessário, esse método é uma opção ao BSC.


6. “Nada é permanente, exceto a mudança!”

Essa frase do filósofo Heráclito, fala por só.  Planejamento é sinônimo de guia, rumo ao futuro, mas a única certeza que se tem é de que, ele vai sofrer desvios. Cabe a você e à equipe estarem preparados para lidar com eles.

Sendo Assim, qual problema enxergo aqui? Muitos gestores, ao se depararem com mudanças, tomam uma das duas ações abaixo:

  1. Abandonam o planejamento e entram no modo “apagar incêndio”  OU
  2. Jogam o planejamento estratégico fora e acham, que qualquer mudança significa reconstruir tudo o negócio do zero.

Para qualquer resposta “sim” aos 2 itens acima, você continua tendo um problema: a negação à mudança.

Em suma, mudar implica em aprender, ressignificar, ajustar, mas sem perder a essência. Pessoas mudam com o tempo, suas essências e seus sonhos não! Em um paralelo empresarial, a empresa pode descobrir novos caminhos pontuais, para chegar ao mesmo objetivo.

Sendo assim, como pensar em mudanças?

  • Se é incerto, pode te fazer mudar... Comece pensando em incertezas (riscos). Pense nas principais e no poder de respostas à Trabalhe com cenários pessimistas;
  • Refaça diagnósticos de gestão periodicamente. A SWOT é uma ferramenta de gestão excelente para isso, por exemplo;
  • Integre soluções e ferramentas quando necessário. Conheça seu negócio primeiro e pense em como otimizar rotinas simples de apuração de resultados;
  • Pense em seu negócio na era da tecnologia - 5ª revolução. Como incorporar mais inovação e execução remota em sua rotina;
  • Fique atento ao que muda com mais frequência no mercado, especialmente atípico como o atual. Citamos alguns exemplos de assuntos a ficar atentos em 2021: 

- LGPD – Lei Geral de Proteção de Dados;

- Taxas de juros;

- Premissas de trabalho remoto/híbrido;

- Novos padrões de consumo (escala x especialização);

- Novas profissões e seu impacto nas relações humanas;

- Oportunidades de colaboração e novas parcerias;


A partir da construção estratégica, ferramentas que agilizem gestão de processos (ERPs, BPMs, etc) -  Aqui custo não é uma desculpa. Há ferramentas SaaS com preços bastante competitivos e, inclusive, ferramentas gratuitas disponíveis a várias áreas de gestão.

 

7. Dê tempo ao aprendizado - Uma visão recente!

Recentemente, conversando com parceiros que atuam em ramos semelhantes, percebi que até os grandes concorrentes se perdem no ‘timming’ de aprendizado.

Citando, como exemplo, uma empresa similar à nossa, sólida no mercado, mudou sua estratégia comercial drasticamente 4 vezes, num período de 18 meses. Com isso, a cada mudança rápida e sem planejamento, que fugia do perfil “não ágil” dessa empresa, sua relevância diminuía e permanece assim entre os monitoramentos.

Aqui, 4 pontos nos chamaram atenção na empresa:

  • Ela não mudou produtos, serviços e conteúdos oferecidos;
  • Não mudou sua identidade essencial;
  • Não mudou equipe;
  • E não se fixa em nenhum dos diferenciais que apresenta para ela;

Ainda em nosso bate-papo, concluímos que, se em média a cada 4 meses tudo mudava, sem testar novas opções, o tempo de aprendizado em processos consolidados não estava sendo respeitado.

Minha última contribuição aqui é a seguinte: aprendizado é, também, equilíbrio! Mais uma regra básica para construir um planejamento estratégico atípico. Decisões extremas, precisam de grandes mudanças estruturais. Decisões sobre negócios sólidos visam a otimização e dê tempo para maturação e controle.

Tudo é sinergia! Portanto, seja sempre um exemplo de gestão coerente com identidade e realidade. Em resumo, dimensione seus passos conforme suas pernas. Compre uma nova ideia ou não compre e melhore a que já tem. Ficar em cima do muro prejudica sua relevância.


Aqui encerro minha contribuição bem pessoal para 2021!

Que o momento atípico, tragas soluções atípicas e renovadas. Boa sorte!

 

Quer ir mais longe? Conheça a GEPLANES, construindo o futuro 5.0 das empresas do Brasil!